quinta-feira, 30 de abril de 2009

Expansão da consciência- texto enviado por Ashu Deshen

enviada: 23 abril
As mãos e os outros membros do corpo são diversos e distintos,Mas todos são um: o corpo, que precisa ser mantido e protegido.Da mesma maneira, diferentes seres, em suas alegrias e tristezas,São, como eu, todos um ao desejarem a felicidade.
O Caminho do Bodisatva 8 91Shantideva (Índia, séc. VII)
A maneira de refletir sobre a equanimidade é a seguinte. Podemos distinguir as várias partes de nossos corpos: mãos, pés, cabeça, órgãos internos e tudo mais. Contudo, em um momento de perigo, protegemos todos eles, não querendo que nenhum se machuque, considerando que formam um único corpo. Pensamos: "isto é o meu corpo", e nos apegamos e protegemos isso como um todo, encarando-o como uma única entidade.
Da mesma maneira, todo o conjunto de seres nos seis reinos -- que em suas diferentes alegrias e tristezas são como nós ao desejarem a felicidade e não desejarem o sofrimento -- deve ser identificado como uma única entidade: o nosso "eu". Devemos protegê-la do sofrimento exatamente como agora protegemos a nós mesmos.
Suponha que perguntemos a alguém quantos corpos ele tem. "Do que você está falando?", ele responderia, "não tenho nenhum outro corpo além deste!".
"Bem", continuamos, "há muitos corpos que você deva cuidar?". "Não", ele dirá, "Cuido apenas deste meu corpo".
Isso é o que ele diria, mas o fato é que -- quando fala sobre seu corpo -- ele está apenas aplicando um nome a um conjunto de itens diferentes. A palavra "corpo" não se refere de verdade a um único e indivisível todo. Em outras palavras, não há porquê o nome "corpo" ser usado neste conjunto de itens e ser inadequado usá-lo para outra coisa. A palavra está amarrada, sem uma justificativa absoluta, a algo que é apenas um conjunto de componentes.
É a mente que diz "meu corpo", e é com base nessa ideia de uma entidade única que são possíveis as noções de "eu", "meu" e todo o resto. Além disso, é bem infundado o argumento de que é razoável aplicar o nome "eu" a este conjunto e não outro.
Por isso, se ensina que o nome "eu" pode ser aplicado a todo o conjunto de seres que sofrem.
É possível para a mente pensar: "Eles são eu mesmo". Se, identificado-os assim, a mente se habituar com tal orientação, a ideia do "eu" abrangendo os outros seres sencientes irá de fato nascer. O resultado é que a pessoa passará a cuidar deles do mesmo modo como cuida de si.
Kunzang Pelden (Tibete, 1872-1943)"The Nectar of Manjushri's Speech"
ashudechen@gmail.com

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